A Hora da Estrela

A resenha deste dia 22 de agosto é sobre uma das obras de Clarisse Lispector: A Hora da Estrela.

Nessa narrativa somos introduzidos a uma pessoa sem sal, ou “café frio”: Macabéa, alagoana que vai para o Rio de Janeiro em busca de um emprego como datilógrafa.

Sua vida pacata, até mesmo sem graça, nos é apresentada e me fez pensar sobre como vivemos a vida, até sobre como vivo a minha. Várias vezes me vi na pele de Macabéa, respirando e vendo o passar dos dias sem qualquer relance de entusiamo; economizando os últimos centavos, comprando a refeição mais barata, à espera de gastar em um glorioso final de semana que, quando chega, na maioria das vezes se mostra não tão glorioso assim.

Qual o valor real do dinheiro? Depois da maioridade - não logo aos 18 anos – vemos que o trabalho é árduo e as horas se esgotam rapidamente. 18H00min vira 21h00min, 21h00min vira 00h00min e que por sua vez vira 06h00min. Como viver uma vida que valha a pena ser vivida? Eu acredito que esse “exercício”, de sair do automático e tentar viver o presente, é algo que nunca pode ser encarado como andar de bicicleta: uma vez alcançado esse objetivo, nunca cairá no esquecimento. Diferentemente de andar de bicicleta, a vida não tem regra pré-definida, não há passo a passo. Feliz ou infelizmente? Preferiria ter sua passagem pela terra toda definida por um roteiro, ou jogá-lo fora? Fazer o que quiser, aproveitando o livre arbítrio?

Filósofos por séculos tentam responder o que é a vida, o que somos, o que é a felicidade. Cada um encara a vida com o seu par de óculos (literal e figurativamente falando), por isso a felicidade varia para cada ser humano, sendo necessário encontrar a sua fonte de contentamento (saudável). Para isso, podemos começar nos questionando sobre algumas coisas: O que me faz feliz? - tirando um pouco a ênfase financeira – qual atividade me faz vibrar? Como seria meu futuro ideal (se é que existe tal cenário)? O que tenho feito para alcançá-lo? Como tenho passado cada 24 horas? Sendo Eu ou Macabéa?