top of page

Amor e sofrimento: Uma combinação bem conhecida na história, mas nem por isso trivial

Atualizado: 3 de out. de 2022

Hoje a resenha é sobre o livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe, tendo a primeira edição sendo publicada em 1774. Mas antes devo falar sobre o contexto histórico. A obra foi responsável por popularizar ainda mais o movimento "Sturm und Drang" (Tempestade e Ímpeto), ocorrido entre 1760 e 1780 na Alemanha, que tinha como objetivo abordar o homem como um ser cujos sentimentos são mais fortes que a razão, e como exemplo desse movimento o personagem principal da nossa trama se faz presente, o jovem Werther.

O livro é dividido em cartas, nesse caso um monólogo, enviadas a Wilheim, alguém próximo da família, contando sobre como estava feliz na solidão da nova cidade onde residia, a fim de cuidar dos negócios da família, e é lá onde encontra a jovem Charlotte, por quem se apaixona perdidamente, mas como ela já estava noiva de Alberto, nada podia acontecer entre os dois.

A medida que damos continuidade na leitura, podemos perceber como tudo ao redor do personagem muda conforme seu estado de espírito (o que, aliás, acontece muito comigo), o que antes era primavera e verão, se torna outono e inverno com a infelicidade de não possuir a jovem amada (sentimento que passa de amor e admiração para obsessão rapidamente). Em algum momento ele decide mudar de cidade para tentar esquecê-la, mas em vão. Ao retornar toma conhecimento de que Charlotte e Alberto estão casados e para ele isso é algo impossível de suportar, e ele se vê imerso em sentimentos contraditórios, razão e emoção em conflito, angustias, sofrimentos e várias dúvidas sobre si (questões sempre presentes na humanidade, independente do momento. E para quem já sofreu, sendo por um grande amor ou não, essas dores soam bem familiares).

Embebido em angústia, completamente egocêntrico, individualista e egoísta, Werther decide acabar com seu sofrimento do único modo que lhe parecia efetivo: tirando a própria vida.

E durante a leitura me veio na cabeça uma frase que há tempos ouvi, que dizia mais ou menos assim: "É fácil julgar a dor que você não sente". Vejo por aí muitos julgando, menosprezando o sofrimento do outro ou se vangloriando por ter a certeza que se fosse com eles, fariam algo diferente, muito melhor e que teria 100% de resultado positivo, mas o peso das ações e das consequências se torna muito mais leve quando não é o seu peito que dói e não é seu corpo que sente a angustia interminável. Em muitos momentos nos esquecemos que, apesar do que alguns dizem por aí com seus discursos de ódio, somos todos iguais, todos nós sofremos, choramos e sentimos alegria. Em algum momento, em nossas dores, todos tivemos um pouco do jovem Werther.


  • Bônus:

Algumas adaptações da obra foram feitas durante os anos. Disponíveis no Youtube, são três ao todo:


  • Filme francês "Werther", de 1938 (Titulo Original: Le roman de Werther)


  • O drama espanhol "Werther", de 1986


  • Filme alemão "Goethe", de 2010



 
 
 

Comments


Post: Blog2_Post
  • Instagram

©2021. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page