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O Médico e o Monstro

Atualizado: 29 de mar. de 2022

No post retrasado falei sobre como há certa dose de monstruosidade em cada um de nós e, no dia de hoje, vou continuar a falar sobre isso. Neste dia falarei sobre a obra de Robert Louis Stevenson: O Médico e o Monstro, um romance gótico que eu particularmente gosto e que trata justamente sobre isso mas de uma maneira mais escrachada que Frankenstein, na minha opinião.

A trama acompanha o advogado Utterson na sua investigação sobre o grau de envolvimento de Mr. Edward Hyde (uma figura um tanto quanto estranha) e o médico da região, chamado Henry Jekyll; pois logo no começo, acompanhamos o advogado na leitura do testamento de Jekyll onde ele alega que caso algo venha a acontecer, seus bens deveriam ser entregues a Mr. Hyde. Mas quem é ele? Intrigado com essa situação, Utterson resolve ir até a casa de Hyde para conhecê-lo. Sua impressão sobre o sujeito não foi a das melhores pois ele era "pálido e atarracado, Hyde produzia uma impressão de deformidade e, apesar de tudo, não parecia ter nenhum sinal de malformação.

Possuía um sorriso desagradável". Duas semanas após o encontro dois dois, Henry se faz presente durante um jantar onde os três comparecem.

Um ano depois, Hyde é protagonista de um assassinato, onde ataca uma pessoa e a pisoteia até a morte, com isso Henry some e Hyde foge. Um tempo depois, com o sumiço de Henry Jekyll, um dos empregados de Jekyll vai ao encontro de Utterson, desesperado, dizendo que tinha suspeitas de que o patrão teria sido morto e o assassino, Edward, se refugiaria em sua casa. Ao chegarem na casa e conseguirem adentrar ao quarto do senhor, encontraram Hyde morto mas onde estaria então o doutor? O advogado e o empregado saem em busca dele e encontram um envelope endereçado ao senhor Utterson:


“Meu caro Utterson: Quando esta carta te chegar às mãos, eu terei desaparecido. Não sei em que circunstâncias, que tão-pouco posso prevê-las, mas o meu instinto e tudo quanto rodeia a minha infame situação dizem-me que o fim é certo e que deve estar muito próximo. Lê a narrativa que Lanyon me informou ir-te confiar. Se queres saber mais, atende a confissão do teu indigno e desditoso amigo,


Henry Jekyll”


Lanyon, amigo do doutor, foi o primeiro a testemunhar a transformação de Jekyll em Hyde, e, por não concordar, cortou os laços com o mesmo, mas fez seu relato sobre a situação e podemos concluir, juntamente com Utterson, o que aconteceu de fato com o doutor Henry.


O livro trata sobre a eterna questão do bem e do mal e durante a leitura me vi pensando sobre o assunto. Essa mistura bem/mal é algo que trazemos conosco ou, como diria Jean-Jacques Rousseau: "O homem nasce bom e a sociedade o corrompe"? Até que ponto podemos dizer que somos "vítimas da sociedade" ou alegar que isso está em nossa natureza, em nosso DNA, para justificar os atos falhos (em alguns casos até horrendos e hediondos) cometidos? Até que ponto a verdadeira maldade pode ser justificada? Se é que há justificativa para tal. A monstruosidade cometida por alguns dos seres "humanos" pode ser absolvida no "juízo final"?

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